Edilberto Sena 2 de junho de 2009


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Como os povos da Amazônia são considerados incompetentes pelo competentes de Brasília e de do sul, praticamente todos os projetos para a Amazônia são imaginados, construídos e impostos lá de fora. Não é diferente a criação da nova Universidade do Oeste do Pará, a UNIAM.Até o nome, que antes era Ufopa, mesmo esquisito foi mudado pelos iluminados de fora.
A equipe que está trabalhando o projeto é basicamente de fora da região. Os que são de Santarém são mais para compor a mesa, do que para discordar do que pensam os iluminados. Os estudantes que devem ser beneficiários principais da nova universidade, não participam das discussões. Pelo jeito são considerados infantis e, quem sabe não são mesmo? Quem decide a mudança de nome, o local em que são construídas as salas de aula, quem decide a aplicação dos recursos financeiros são os iluminados, que boa parte vive em Belém.
A sociedade santarena, como também as dos outros municípios da região, não participam da construção da nova universidade, quando são chamadas é para escutar as decisões já tomadas pela equipe. Pelo jeito, são consideradas incapazes e por isso também são indiferentes. Incrível é a subserviência dos professores(as) e maioria dos estudantes das duas universidades funcionando em Santarém e que serão fundidas na nova.
Tal visão colonialista está causando uma reação, embora tardia em um pequeno grupo de cidadãos de Santarém. Indignados aqueles cidadãos querem ser ouvidos, querem ter vez na construção da nova universidade.Querem inclusive, dialogar com o ministro da educação em sua próxima vinda a Santarém. Não é possível mais que os povos da Amazônia sejam tratados como objetos de favores dos de fora. Infelizmente os outros municípios da região continuam passivos e indiferentes.
Quem, por exemplo, decidiu que só quatro cidades da região terão extensão da nova universidade? São 25 municípios que compõem o Oeste do Pará. Por que Rurópolis não tem um campus universitário para atender a todas as comunidades das estradas? Por que tem que ser implantada a UNIAM ali no espremido espaço da antiga Sudam? Sãodecisões feitas em gabinetes que estão deixando alguns cidadãos indignados e que pretendem reagir e fazer valer o direito de cidadania.
Afinal, uma universidade não é presente de papai Noel, e sim uma responsabilidade de toda uma sociedade. E a Amazônia não quer mais ser colônia. Uma nova universidade precisa ser planejada para 30 anos ao menos, e para 30 mil estudantes de uma região que já hoje inclui um milhão de habitantes e se prepara para um novo Estado da federação
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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