Oitenta e cinco anos e ainda pensava como um garoto de treze. Seus sonhos de adulto deixava para o dia seguinte onde acumulava tarefas desnecessárias. Queria ter um lugar supérfluo para ir quando deitasse a cabeça em seu travesseiro, por enquanto se via conquistando terras e lugares incomuns. Em um tanto de tempo retornaria ao lugar de chegada. Por isto explorava o caminho por onde passava a cada instante, passos de conquistador e olhos de viajante, nada lhe escapava a não ser sua vida que um dia bradaria vencida. Não se preocupava. O tempo lhe respondia como melhor amigo. Juntos ainda atravessavam montes e campinas. Travavam lutas e conheciam vitórias. Sem pressa, passeavam nas tardes ensolaradas absorvendo o sentido de estar.
Obs: Imagem enviada pela autora.