Estão unidos a outras pessoas e a outros povos. Desde que o homem, por necessidades históricas buscou expandir o mercado e encontrar novos solos, seja para explotação ou mesmo somente para produzir as matérias primas que os solos europeus eram incapazes de produzir não ficamos mais isolados no mundo, pois passamos a nos relacionar com outros povos e outras culturas.

No entanto, naquele período histórico o contato era um tanto restrito, devido as dificuldades de comunicação e a distância entre a metrópole e a colônia. Porém, hoje com os meios de comunicação avançados essas dificuldades foram seriamente diminuídas e as distâncias estreitadas. Com todo esse avanço, hoje, vivemos em uma grande “aldeia”, na qual todos estão diretamente ligados: partilhamos de um mesmo avanço tecnológico, de uma mesma cultura consumista, e de um individualismo generalizado. Porém, precisa-se pontuar que nem todos partilham desses mesmos avanços, porque alguns estão às margens desse “processo modernizador”.

A globalização socializou muitos avanços tecnológicos e interesses das grandes potências mundiais. O mercado mundial é dos fatores que tomou dimensões incomparáveis nesse processo, atualmente, multinacionais estão presentes em quase todo planeta. No entanto, a mesma globalização não socializou a fome existente no mundo, o desemprego, as indignas condições de trabalho, as dívidas dos países pobres. Pelo contrário, ela (globalização), por ser controlada pelos grandes países, buscou fortalecer a ordem vigente, na qual os países ricos mantiveram como tais ou aumentaram suas riquezas. Já os pobres ficaram estagnados ou chegaram a níveis de miséria.

Dentro dessa esfera mundial está o público e o privado, diante da globalização se torna difícil definir o que realmente é público e o que é privado. Pois público seria aquilo ou local, onde as pessoas se reuniam para deliberar assuntos do interesse de todos, como se reuniam os gregos nas praças, ou até mesmo para se divertir, como ocorria no passado recente nas atuais grandes cidades do Brasil.

Hoje, as deliberações de assuntos são feitas em repartições “públicas”, nas quais poucas pessoas têm acesso. Enquanto isso as praças continuam existindo. No entanto, a falta de segurança pública impede as pessoas usufruírem desse patrimônio público. Nesse momento o privado assume a função do público, os grandes locais de descontração são os shoppings Centers entre outros.

A invasão cometida pelo privado no público é notória, basta ficarmos atentos para percebermos tal acontecimento: as avenidas públicas estão eivadas de propaganda publicitária que têm o interesse de despertar em nós o espírito consumista fomentado pelo capitalismos globalizado.

Portanto, ao observarmos o público e o privado dentro do mundo globalizado, percebemos que há certa mesclagem de ambos. Pois onde está o privado encontra-se também o público, salvo algumas exceções. Da mesma maneira ocorre com o público que nele está imerso o privado. Só desejo que essa mesma globalização que traz sonhos impensáveis anteriormente, trouxesse também a utopia que um outro mundo é possível: sem guerra, sem fome, sem excluídos. O mundo de todos os humanos seres.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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