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Nos últimos dias estão ocorrendo ondas de decretação de Estado de emergência por causa da cheia dos rios. É em Altamira, Santarém, Aveiro, Monte Alegre e em 25 municípios do Estado do Amazonas. A cheia está grande? Está! Mas segundo informações, ainda não chegou ao nível do ano passado, em Santarém. Lá no Estado do Amazonas, o governador está agitado, vai distribuir 300 reais para cada flagelado.

Uma questão a se refletir é a cheia na Amazônia, é a cheia um flagelado? Não! faz parte da cultura do vargeiro conviver com a enchente. O vargeiro da Amazônia não se assusta com a água grande. Agora se aparece um político ou outra autoridade distribuindo tábuas e alguns trocados, nada mal.
Mas esse alarme todo e botar culpa no IBAMA por falta de madeira e sair dizendo que no Estado do Amazonas a enchente deste ano poderá ser maior do que a de 1902… Ora, o vargeiro sobreviveu bem a de 1953 que chegou a invadir a Lameira Bittencourt em Santarém e certamente foi uma das maiores de todos os tempos na Amazônia. Por que esse barulho todo de algumas autoridades?
Exceto a cidade de Altamira que entrou em estado de calamidade e não foi por culpa da cheia, e sim por causa de barragens ilegais, mal feitas que se tornaram criminosas e seus donos devem ser punidos. Agora essa onda de decretação de estado de emergência ainda no mês de abril, será que tem outra explicação por trás destas palavras? Em anos anteriores, por causa da cheia e de secas jorrou algum dinheiro dos cofres do Estado, do governo federal e dizem alguns, que não foi prestado conta porque por lei, dinheiro de emergência não precisa de prestação de conta. Basta que o prefeito ou governador faça um decreto, declarando que por causa da cheia, ou de um desastre maior se entre em estado de emergência ou calamidade pública. E então chega o dinheiro a ser aplicado pelas autoridades.
Daí os 300 reais do governo do Amazonas, daí as tábuas em Santarém, daí a pressa de prefeitos decretarem estado de emergência. Será que esse interesse tem outro interesse maior do que a solidariedade com os vargeiros? Não se sabe mas que dá para desconfiar dá, não acha?
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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