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A última vez que o vi você saiu correndo pelo corredor lateral.
Havia uma conduta firme que tinha sumido do seu comportamento nos últimos dias.
Sua postura em nenhum momento estava hesitante, seus passos pareceram mais firmes do que o normal.
Acho que aquela generalização sobre a melhora anterior a morte que nós humanos costumamos definir também se aplica a vocês.
Não vi seu semblante antes de ir e quando pedi que voltasse com você para que te observasse mais uma vez, ninguém me ouviu.
Para tornar a despedida menos dolorosa eu me virei e deixei que as lágrimas rolassem silenciosas.
Algumas pessoas conseguem transcender os sentimentos por um animal. Eu sou uma delas.
Quando eu ganhei você tinha pouco mais de 8 anos e ao te ver no fundo da caixa eu te achei feio.
Descobri que a beleza não é essencial e que um bichinho de pêlo ralo pode ser seu melhor amigo mesmo quando arrasta suas bonecas pela casa.
Não me arrependo em ter acordado de madrugada para preparar algo para você comer, o problema era que você não queria dormir depois e eu tinha aula no dia seguinte.
Seu jeito desajeitado, seus escorregões na lajota azul, era engraçado ver você andar tropegamente.
Um dia você aprendeu a caminhar, a correr pelo quintal, a pular. Você cresceu e ficou maior que eu.
Passaram-se os anos e ao contrário de tantos você continuou uma eterna criança.
Daquelas com um coração enorme, que não guardam rancor de nada.
Seu jeito carinhoso, brincalhão isso não vou esquecer nunca.
O olhar terno.
A mania de morder tudo o que via pela frente, até pedra.
Sua gula insaciável, seu latido estrondoso.
Amigão cê vai fazer falta.
Não é nada fácil se despedir de alguém que viveu 14 anos em prol de me fazer sorrir….
*** Ao meu cachorro Pluto que foi leal a mim durante toda a sua vida.
Obs: Imagem enviada pela autora.