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Pensar Amazônia, além de florestas, minérios e biodiversidade é também lembrar 12% da água potável do planeta. Não daria para se imaginar que em plena Amazônia, numa cidade cercada de águas pelos lados, pelo subsolo e pelos ares, como Santarém no Pará, 30 mil pessoas estivessem sem água potável nas torneiras. Mas é o que esta acontecendo na cidade que tem dois grandes rios à sua frente.

Sábado passado, após duas semanas sem águas da companhia de saneamento e água e sem certeza de quando o serviço vai funcionar, a paciência se esgotou e uma marcha com latas vazias, cartazes e gritos de indignação ecoaram pelas ruas do bairro sem água nas torneiras. Ao final da marcha houve uma audiência pública com alguns políticos e lideranças populares, mas sem representantes da prefeitura, responsável pelo serviço de água e sem representantes do Estado, responsável pela concessionária do serviço da Cosanpa.

A população sofrida deu um ultimato às autoridades: ou tomam providência imediata, ou decisões mais severas serão tomadas pela população espoliada pela Cosanpa. Assim está acontecendo na Amazônia – as autoridades cívicas e as populações decidem pela democracia direta – a pressão organizada.

Lá onde a sociedade civil ainda não despertou, a melhoria de vida não acontece, os oportunistas se enriquecem descaradamente e a democracia representativa perde sua identidade. Se de um lado as autoridades públicas perdem credito, por outro lado, a sociedade civil vai crescendo em sua consciência política, exigindo o cumprimento de seus
direitos. É a nova democracia tomando corpo na Amazônia.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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