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Escrevo hoje estas linhas para os cristãos de todas as confissões da Palavra de Deus.

Não é a sexta-feira santa o dia maior desta santa semana. Estamos celebrando a Páscoa do Senhor, isto é, a glória de Jesus que, pela sanguinolenta agonia, pela dolorosa flagelação, pelos escárnios da coroação de espinhos, pelos horrores do caminho para o Calvário e pelas zombarias da cruel crucifixão, chegou à glória da Ressurreição! É a Páscoa de Jesus, é a nossa Páscoa com ele, a vida nova em Cristo.

“Quando eu for levantado da terra, atrairei todos a mim” – disse Ele (Jo 12, 33). São Paulo explica-nos: “Cristo me enviou para anunciar o evangelho sem recorrer à sabedoria da linguagem a fim de que não se torne inútil a cruz de Cristo.Com efeito, a linguagem da Cruz é loucura para aqueles que se perdem, mas para aqueles que se salvam , para nós, é poder de Deus.” “Os judeus pedem sinais e os gregos andam à busca de sabedoria, nós, porém, anunciamos Cristo crucificado, que para os judeus é escândalo, para os gentios é loucura, mas para aqueles que são chamados, tanto judeus como gregos, é Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus” (1Cor 1,17 e 18; 22-24).

São Leão Magno, Papa, comenta: “ A glória da cruz se irradia pelo céu e pela terra” – “Ó admirável poder da cruz! Ó inefável glória da Paixão! Nela se encontra o tribunal do Senhor, o julgamento do mundo, o poder do Crucificado!” (Sermão 8º da Paixão do Senhor).

Na noite da vigília santa de Páscoa, com a liturgia, renovamos nossos compromissos batismais. Foi no Batismo, que fomos sepultados com o Cristo na sua morte e com Ele, ressuscitamos para a vida nova da graça.

Agora, é preciso vivermos cada dia esta vida nova do Batismo, em nossos compromissos de cristãos, em nossa comunidade eclesial, no trabalho, na família, na sociedade. Isso, o faremos com a ajuda Daquela, que aos pés da cruz redentora de Cristo nos recebeu como filhos. “Eis aí teu filho” – disse a ela Jesus agonizante. E agora, com Maria, nossa Mãe, seguindo-a na caminhada da fé, viveremos como ressuscitados, isto é, como homens novos em Cristo, o Senhor!

O mundo precisa de nosso testemunho cristão, corajoso, oportuno e convincente. Não podemos ser uma Igreja do “talvez”, do “mais ou menos”, do “vejamos se é possível”, mas sim a Igreja de Jesus, isto é, a Igreja do “sim, sim não, não”.

Que a glória da cruz de Cristo, a glória do Senhor morto por nós e ressuscitado, brilhe em nossa vida de cristãos em cada dia.

(*) Arcebispo emérito de Maceió

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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