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Quando a conferência episcopal brasileira escolheu o tema da C.F desde ano – Fraternidade e segurança Pública, surgiu a pergunta – o que motivou os bispos a escolherem tal assunto, teriam sido as várias notícias estampadas nos meios de comunicação social? Balas perdidas, gangues, filhos matando os pais por dinheiro, grileiros matando freira por ambição de terra, presídios super lotados e presos fugindo em massa? Teria sido isso?

Se foi, embora fatos trágicos, estes ainda não são a causa mestra da insegurança pública e da falta de paz no Brasil. Pesquisando mais fundo os motivos do tema, se percebe que a CNBB quer ir mais às raízes da insegurança pública. Elas são várias e mais profundas. Uma delas é a desigualdade social mais escandalosa do planeta, onde uma minoria esbanja riqueza e a maioria vive, ou na pobreza, ou na miséria.

Outra causa séria é a impunidade dos grandes criminosos de colarinho branco que estimulam outros criminosos de colarinho branco que estimulam outros crimes com e sem colarinho. Quantas altas figuras envolvidas com pedofilia, com uso e tráfico de drogas; quantas figuras desviando dinheiro público e fazendo maracutaias para ganhar mais dinheiro e andando livres na avenida.

Outra grave causa da insegurança pública é a conivência dos poderes públicos com a dominação de grandes empresas, ruralistas e capital estrangeiro. Governos criam regras fundiárias que favorecem os grandes criminosos do campo, promovem a legalização dos crimes ambientais com leis de zoneamento ecológico econômico no Estado. Tudo isso acontecendo a céu aberto ou nas alcovas econômicas e políticas, sem que alguém seja punido.

O mal contamina a sociedade, a indecência se torna banal e depois com o alto índice de desemprego, surgem as gangues de bairros, as balas perdidas, os assaltos, o tráfico de drogas. A insegurança está pública, nacional, regional e local. Até nas comunidades rurais os reflexos da insegurança chegam, com bebedeiras de fim de semana e mesmo o uso de drogas.

A Campanha da Fraternidade neste ano quer ser um momento de apelo às consciências individuais e das autoridades. A conversão é pra ser individual e estrutural. Vinho novo em potes novos é o que pede a Campanha da Fraternidade, cujo lema é “A paz só pode existir como fruto da justiça”.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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