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De olhos fechados não verei a vida, se abri-los, poderão me trair, traem sempre os seus donos.
Lembro-me do homem, olhos acesos por um brilho estranho, olhando a mulher. Naquelas noites sentia-me excluída. Logo, uma porta se fechava. Assim, armam-se tramas e enganos, na malícia dos olhos que riem, choram, marcam encontros. Cresci vendo a cumplicidade de olhares que se cruzavam e logo depois alguma coisa acontecia. Sempre me incomodaram. Vigiam, tramam, executam. Em todos, uma história. Nos da minha mãe a tristeza de uma ternura rejeitada; nos do meu pai o sorriso cruel quando sua mãe se erguia para castigar. Ai, então, eu me vingava, fechando os meus para não vê-los.
Finjo-me de morta. Assim, escondo-me de olhares engatilhados que me ameaçam.