Que pode esperar a juventude no mundo hoje? Os adultos entram em crises financeiras, empresas entram em falência, políticos fazem jogadas de corrupção, outros provocam guerras para alimentar indústrias bélicas. Nos países ricos, onde a sociedade vive na abundância do consumismo, a juventude se destrói nas drogas químicas e cocaína. Vivem o sem futuro porque têm tudo e seus adultos vivem na corrupção e nas fabricações de guerras.
O contrário vivem os jovens do interior da Amazônia. Vivem o sem futuro pela carência de oportunidades. Sem suficiente estudo, sem emprego digno e sem renda suficiente, os jovens da cidade entram nas gangues como forma de extravasar suas energias e frustrações.
O mesmo acontece com os jovens do meio rural. Suas opções de canalização das energias juvenis são o álcool, o sexo a qualquer custo e o futebol. Daí vêm as brigas, as desordens, as gestações prematuras sem as paternidades responsável. Muitas comunidades rurais vivem hoje esse drama, quase sem solução, ainda mais por que as bodegas e tabernas têm como principal fonte de renda a venda de álcool; os adultos mais maduros sem saber como controlar a desordem juvenil apelam a polícia, que também não tem como estancar a onda de libertinagem, pois os casos se repetem em tantas comunidades.
E a solução não está na polícia e nem na proibição da venda de bebidas alcoólicas, pois até outras drogas chegam às mais pobres comunidades. A prática religiosa de muitas comunidades não convence os jovens, pois os próprios adultos também, mesmo freqüentando as igrejas, também usam do álcool, ou têm seus conflitos familiares.
O problema da decadência moral da juventude é mais profundo, a falta de esperança em futuro melhor, e a falta de estrutura familiar. Tudo isso porque o Estado favorece um modelo de vida que favorece o capital, a exploração da mão de obra popular e a destruição do meio ambiente como preço para o progresso; a educação oferecida à juventude é tão limitada que não lhe dá esperança de crescer como gente, desenvolver seus talentos humanos. E aí a fuga para a gangue, a droga, os conflitos.
É grave, muito grave a situação da juventude, tanto urbana, quanto rural. E não é proibindo taberna de vender álcool, ou botar a polícia em cada comunidade que vai chegar a solução.