Estamos iniciando o tempo da quaresma. Quando empreendemos uma longa viagem, as providências são maiores. Não se perde a hora, e partimos resolutos, com a disposição de enfrentar a distância e todos os imprevistos que podem se atravessar pela frente.
Esta também a disposição que precisamos ter para empreender a caminhada da quaresma. Ela é exigente, ela nos propõe um caminho bem detalhado, que nos leva a um objetivo bem definido, que precisa ser alcançado.
Como o Cristo em sua última viagem a Jerusalém, também precisamos entrar na quaresma com a mesma atitude de quem parte resoluto, e nem pensa em desistir. “Eis que subimos a Jerusalém”, advertiu Jesus aos seus discípulos, que estavam assustados com a firma decisão do Mestre de ir ao encontro do grande confronto que o aguardava em Jerusalém.
Os quarenta dias da quaresma são carregados dessas ressonâncias antigas. Lembram tantas quarentenas que a Bíblia testemunha: os quarenta dias do dilúvio, os 40 anos da caminhada do povo de Israel saindo da escravidão do Egito, marchando para a terra prometida, os 40 dias de jejum e oração vividos por Cristo no deserto, e também os seus 40 dias de aparições após sua ressurreição.
Para expressar uma realidade grande e consistente, a medida boa é quarenta. Esta a medida que a quaresma nos apresenta. Entremos dispostos a ir até o fim, acompanhando o Cristo que foi à nossa frente, e agora nos convida a reviver o seu mistério pascal.
Que a graça de Deus nos acompanhe, do início desta quaresma até o domingo de Páscoa! Então, poderemos celebrar com alegria renovada a vitória de Cristo sobre a morte e a vida nova que ele nos concede.