Dia fatigante, repouso merecido em cama fofinha. Nos dedos ágeis, bolinhas a passarem por eles, quase que acariciadas uma a uma, sempre a serem homenageadas com o mesmo balbuciar rápido de uma Ave Maria; pronunciada com muita fé, muita fé no início. Cinqüenta e três ave marias não é mole…
As primeiras, posso dizer, quase perfeitas! Na décima quinta, já não falava, pensava. Só que o pensamento, ao invés de estar no “Cheia de graças”, estava: – amanhã tem que ser eu, a ir na padaria, o marido está operado. Este pensamento ficou no lugar de “o Senhor é convosco”. Não que o tenha levado comigo a padaria, isto não, também não é assim. Os olhos queriam mesmo o descanso total…
No “bendito é fruto do vosso ventre” adormeci. Agora, não era mais uma bolinha de cada vez…. o terço inteirinho cabia direitinho na minha mão. Tive bons sonhos. Acredito até, que neles alguém dizia:
– O seu terço, valeu por inteiro.
– Respondi: – Amém