Devo concordar com as palavras do grande Teólogo Leonardo Boff, quando ele afirma que “a cabeça pensa a partir de onde os pés pisam”, pois a igreja católica e sua hierarquia burguesa ainda têm o pé no século XV.
Não se pode admitir que a mesma igreja que mandou inocentes para a fogueira seja implacavelmente contra o uso de contraceptivos, entendendo que essa prática moderna de controlar a natalidade mundial seja um atentado contra a vida.
Como o Vaticano é uma clausura, pensam eles que o restante do mundo vive da mesma forma, portanto sem o perigo das doenças sexualmente transmissíveis e sendo assim então porque “santificar” o uso da caminha se essa é mais uma forma de ceifar vida inocentes? Pobres mortais embebidos com sua luxuria e obcecados pelo cristianismo humanitário que se pauta quase sempre na bondade e na caridade.
Enquanto isso nosso mundo está mergulhado nas desgraças modernas que são AIDS e a fome. Uma provocada pela não educação sexual que ainda é tabu para a Igreja Romana e a outra parte pela não distribuição da renda mundial, bem como pelo desenfreado índice de natalidade, principalmente em países pobres e em desenvolvimento. Mas ao que parece, isso tudo é normal diante dos olhos “divinos” de uma população sacerdotal acostumada com a riqueza e sem contatos com as massas necessitadas.
O que me conforta, no entanto, é saber que esses paradigmas estão sendo quebrados por muitos sacerdotes, verdadeiros pescadores de homens e mulheres que atuam nas eclesiais de base do mundo todo, bem longe da redoma que é o Vaticano. Porém, como nem tudo é maravilha, ainda tem aqueles que, mesmo longe do Vaticano, ocupam cargos privilegiados na hierarquia católica de seus países e agem como verdadeiros tiranos excomungando e “decidindo” o futuro religioso daqueles que se opõem aos preceitos da Santa Madre Igreja.
É de uma revolta enorme ouvir de um “escolhido” do Senhor que um estupro é aceitável diante de um aborto cuja gestação é resultado e fruto da violência e da barbárie humana.
Enquanto isso, muitos religiosos que fizeram sua opção de trabalhar junto aos pobres e ir de encontro aos absurdos de sua igreja sofrem como renegados e são excluídos dentro de uma Instituição que prega o amor e a paz aos povos do mundo.
Há de se concluir que a hierarquia da Igreja Católica pensa e age como um corpo santificado e todos que não concordam são tidos como pecadores e não merecem o perdão do Pai. Nem mesmo se leva em consideração a crucificação de Jesus Cristo que morreu por nós e viveu no meio do povo.
Pensando assim, nosso grande homem, Jesus Cristo, deve estar triste olhando as inúmeras Igrejas do Cristianismo e em especial a Católica que tem como sua Sede um verdadeiro Império coberto de ouro, enquanto que a pobreza toma conta dos seus arredores.
(*) Professor da Rede Pública Municipal de Santarém
Graduado Pleno em Pedagogia pela UFPA