Edilberto Sena 3 de março de 2009


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O Ensino modular foi uma experiência que surgiu alguns anos atrás e que deveria ser cultivada com carinho e competência pelo Estado, Município e pelas comunidades. Cinco ou seis novas comunidades rurais vão receber a experiência, que não é tão nova assim. Já tem mais de 12 anos. Uma das grandes vantagens desse modelo de ensino é manter os e as jovens junto às suas famílias no meio rural. Lá podem estudar e trabalhar na roça com suas famílias. Outra vantagem é evitar a superlotação nas escolas da cidade.

Certamente as escolas indígenas que lutaram e agora vão receber o ensino modular podem bater palmas e agradecer a Deus por terem vencido esta meta. Mas há uma deficiência muito grande nas escolas do ensino modular – a falta de condições didáticas da educação.

Cada escola do ensino modular deveria pagar bem os professores, bem melhor do que na cidade, já que eles passam boa parte do tempo fora da família em locais nem sempre confortáveis, mas uma condição essencial também é ter uma boa biblioteca para pesquisa. Se há biblioteca nas escolas ordinárias da cidade, por que o Estado não garante uma biblioteca atualizada com literatura, história, geografia, revistas educativas? Sem isso, o Estado está formando dois níveis de estudantes, o quase bom na cidade e o sofrível nas escolas modular.

Só que do Estado não se pode hoje esperar nada de espontâneo. Já é tempo de os alunos do modular de toda a região organizar um seminário e cada escola trazer seus problemas, unir as forças e enfrentar o Estado para que a educação se torne prioridade.

Não dá mais para pedir favores, é preciso exigir direitos. Se os indígenas estão conseguindo escolas do modular em suas comunidades é por força e pressão deles, agora é preciso que de todas as turmas existentes surjam lideres que provoquem um seminário com apoio das comunidades e das igrejas, dos sindicatos e outras organizações do meio rural para unir forças e exigir do Estado e dos municípios, condições dignas de salas de aula, de bibliotecas e de bons professores bem pagos, mas responsáveis. Porque não?

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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