PARAR e FAZER SILÊNCIO são necessidades existenciais e atitudes necessárias para sermos capazes de um olhar contemplativo sobre nós mesmos, sobre nossas vidas e sobre nossa missão, nossa tarefa como pessoas e como cristãos.
PARA e FAZER SILÊNCIO são o ponto de partida de uma viagem que cada um de nós precisa fazer: a viagem ao nosso interior. Trata-se de uma viagem difícil, talvez a mais difícil de nossas vidas, mas, ao mesmo tempo, necessária, porque leva ao encontro consigo mesmo e com Deus, e o homem não se entende senão em ordem a Deus. Santo Agostinho via a pessoa como uma tensão para Deus. São célebres as suas palavras: “Fizeste-nos para ti, Senhor, e o nosso coração não descansa enquanto não repousar em ti”.
Ao empreender essa viagem, devemos fazê-lo com um amor generoso, com esperança, alegria e muito abertura para a ação amorosa de Deus, assumindo esse momento como um momento especial de amor e assumindo-o sem resistências e com o coração verdadeiramente livre.
Nessa viagem, o grande objetivo é nos encontrar com nossa verdade e com Deus. E partimos de um olhar, que deve ser um olhar de amor, de carinho, de ternura e de misericórdia. Um olhar como o olhar do próprio Deus que nos olha, nos ama e nos acolhe com misericórdia e compaixão em cada momento de nossas vidas tal como somos.
Essa viagem deve ser vista e assumida como o momento propício para ir às raízes mais profundas de nossas vidas. Olhar para nós amorosamente, como Deus nos olha. Reencontrar a nós mesmos. Deve ficar claro, porém, que isso não é fácil. Não tenhamos ilusões, mas também não é impossível. Para isso é preciso muita sinceridade, muito carinhoso, muita misericórdia.