Nada explica o desafio covardemente abandonado…
No inesperado de pulsações navego em ondas revoltas, invadindo penumbras…
Sei que a luta se fragiliza na revelação de gestos imersos no possível dedilhado de (in)certezas…
Peregrinas em fronteiras proibidas silenciando sonhos…
O pranto decepado grita em teus lábios…
Constato teus receios…
Persiste um gosto amargo…
Feridas se abrem e temo o tempo envelhecido pela melancolia…
Há um abismo nesta perplexidade de palavras vazias…
Tento administrar tua ausência para não tombar na sonolência da nostalgia…
Nossos laços fragmentados recuam…
A lágrima que se derrama em minha alma cristaliza o toque do teu olhar em um instante de encanto…
Inquieta-me teu sentimento disperso…
Quisera criar a moldura de tuas mãos marcadas em resistências e violentos confrontos…
Custa-me acreditar em tua solidão part(ilhada), madrugadas vazias a rasgar teu corpo sedento,
amargo beijo inacabado…
Um soluço insustentável me devora aflorando nossos desejos…
13.08.2005