Frei Betto 28 de fevereiro de 2009

Belém, PA, abrigará, de 27 de janeiro e 1o de fevereiro, a nova edição do Fórum Social Mundial (FSM). São esperados cerca de 120 mil participantes. Três grandes temas deverão dominar os debates: a preservação ambiental, sobretudo por ter como cenário a Amazônia, onde o desmatamento e a emissão de gás carbônico têm crescido; a crise do capitalismo globalizado; a guerra no Oriente Médio.

Entidades participantes convidaram os presidentes do Brasil, da Venezuela, do Equador, da Bolívia e do Paraguai. Se comparecerem, será em caráter pessoal.

Reza a Carta de Princípios do FSM que se trata de um evento destinado aos movimentos da sociedade civil contrários ao neoliberalismo e a qualquer forma de imperialismo, e comprometidos com a construção de uma sociedade planetária orientada a uma relação de sustentabilidade entre os seres humanos e a Terra.

Ao almejarem “o outro mundo possível”, os participantes se empenham em conquistar uma globalização solidária que respeite os direitos humanos universais e o meio ambiente, apoiada em sistemas e instituições democráticas a serviço da justiça social, da igualdade e da soberania dos povos.

Tribuna livre e apartidária, não governamental nem confessional, o FSM não tem caráter deliberativo. Embora funcione como instância articuladora, não nutre a pretensão de ser um espaço de representatividade da sociedade civil mundial. Nele há plena diversidade de gêneros, etnias, culturas e gerações.

Espera-se que, do debate democrático no FSM, surjam propostas para resolver os problemas de exclusão e desigualdade social que o processo de globalização capitalista, com suas dimensões racistas, sexistas e destruidoras da natureza, impõe à maioria da humanidade.

As três primeiras edições do FSM – realizadas em Porto Alegre, em 2001, 2002 e 2003 -, foram organizadas por um comitê integrado por oito entidades brasileiras: Abong, Attac, Comissão Brasileira de Justiça e Paz, Cives, CUT, Ibase, MST, e Rede Social de Justiça e Direitos Humanos.

A quarta edição ocorreu em Mumbai (Índia), em janeiro de 2004. A quinta retornou à capital gaúcha, em janeiro de 2005, e funcionou à base de oito grupos de trabalho: Espaços, Economia Popular Solidária, Meio Ambiente e Sustentabilidade, Cultura, Tradução, Comunicação, Mobilização e Software Livre.

O 6o FSM ocorreu, de forma descentralizada, em três cidades: Bamako (Mali, África), em janeiro de 2006; Caracas (Venezuela, América), também em janeiro do mesmo ano, e Karachi (Paquistão, Ásia), em março de 2006. A sétima edição do FSM teve como palco Nairóbi, no Quênia, em janeiro de 2007.

Os interessados em participar, à longa distância, do Fórum de Belém, devem acessar: http://openfsm.net/projects/fsm2009interconexoes . Para quem pretende ir a Belém:http://www.fsm2009amazonia.org.br/como-participar .

No evento, o filósofo e cientista político Michael Lowy e eu abordaremos o tema “Ecossocialismo: espiritualidade e sustentabilidade”, além de participarmos de outras atividades.

Frei Betto é escritor, autor de “Calendário do Poder” (Rocco), entre outros livros.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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