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Amada,
A minha rua é triste,
Longa
Como as tuas mãos.

Há festas em palácios,
Casebres abandonados,
Meninas debruçadas em sonhos
E minha tristeza acompanhando a rua.

Em outras cidades,
Milhares de mãos estão dormindo.
Tanta fome
Sobre calçadas de outras ruas tristes.

Mas, olhos espreitam na noite,
Não dormem,
Cantam cheios de esperança,
Para que da noite não desça o morticínio.

Amada,
Às vezes penso,
Não é a rua,
Vem de mim a tristeza.

Noutras cidades também há homens tristes.

Minha rua é longa
Como as tuas mãos
E eu não posso ser triste.

Sou poeta
Tenho que trazer esperanças,
Para os homens,
À vida.

Meu canto construirá carrosséis e paz.

Diário de Natal
24 de setembro de 1950

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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