Walter Cabral de Moura 17 de janeiro de 2009

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Já não há Manitu
já não caçam
já não pescam
já não plantam
já não há maniva
já não dançam
já não há cauim
já não lutam
já não há tacapes
já não há guerreiros
já não há curumis
(frágeis ossos, fundos olhos)
já não há mulheres
(secos seios esgotados)
já não há justiça
(falta agora a de Tupã,
a dos brancos jamais houve).

YANOMAMIS
já não vivem – agonizam.

Há o maldito garimpo
a terra defeca ouro
milhares de escaravelhos
germinam a morte de um povo.

Acudam, fuzileiros
dispersem, à força se for preciso
esses parasitas
que matam por ouro.

Acudam, autoridades
dispersem, com leis e homens
que as façam cumprir
essa malta assassina.

Acuda, acorde, povo do Brasil
alimente, cure, proteja
não deixe compatriotas
Yanomamis
sucumbirem à ganância
ao descaso e ao silêncio.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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