Ir.Ronaldo Hein 13 de janeiro de 2009

Deus nos ama e nos chamou à vida…Viver é amar e deixar-se amar. Esta é nossa primeira vocação: amar e deixar-se amar. No nosso batismo fomos consagrados a Deus; como filhos e filhas dEele somos chamados a conhecê-Lo, amá-Lo e servi-Lo nesta terra, para ser realizados como pessoas humanas e ser felizes, eternamente.

Todos nós somos chamados a ser santos e santas: ser bons filhos e boas filhas de Deus, colocando a sua santa vontade em primeiro lugar no nosso dia a dia. Somos chamados a ser irmãos e irmãs do outro e a trabalhar para melhorar este mundo. Isso exige cuidado da minha parte: no meu relacionamento comigo mesmo, com o outro, com Deus e com a criação. Todos nós somos chamados a promover esta boa convivência no bom relacionamento. Fazendo assim estamos vivendo a nossa vocação como pessoa humana e filho e filha de Deus.

A maioria das pessoas promove esta boa convivência dentro do estado de vida do matrimônio, com esposo e esposa, filhos e filhas. Alguns promovem esta boa convivência fora do estado de matrimônio, como leigos e leigas voltados para as necessidades da família e da comunidade. Outros leigos e leigas professam votos, e se consagram a Deus, se comprometendo a viver a consagração do batismo de uma forma mais radical. Chamamos estas pessoas religiosos e religiosas, e elas fazem esta consagração através dos votos de pobreza, castidade e obediência, aquilo que o Irmão Natalício vai fazer hoje.

No voto de pobreza a pessoa se compromete a viver de uma bolsa comum; tudo que se ganha é colocado na bolsa comum onde todos tem o mesmo direito para o sustento comunitário e pessoal; são comprometidos a viver na simplicidade e ser solidários para com os mais necessitados. Este voto deve ser um sinal para a sociedade de hoje que a felicidade não está em TER muito dinheiro e coisas materiais, mas na simplicidade de vida e compartilhando com os pobres.

No voto de castidade a pessoa se compromete de viver em comunidade, sem cultivar relacionamentos exclusivos; cultiva um bom relacionamento afetivo com os membros da comunidade no serviço mútuo, na oração, no lazer, na partilha dos bens e na missão de Jesus. O espírito deste bom relacionamento, deve ser um sinal para o Povo de Deus que, apesar das diferenças, uma boa convivência humana é possível. No celibato confessa-se que Deus é nossa segurança última, que ele nos pode dar o aconchego pelo qual almejamos e a graça de amar todos como os nossos irmãos e irmãs.

Obediência: todos nós sabemos o perigo que as decisões humanas trazem para a sociedade. Vejam quanto abuso, violência, sofrimento e injustiça são causados pelas decisões arbitrárias de alguns. Pelo voto de obediência a pessoa se compromete a tomar as decisões coletivamente; com isso a comunidade religiosa quer discernir melhor qual a vontade de Deus. É um voto que pode libertar a pessoa de ser escravo do seu “Eu Acho”, e, portanto, é bom para todos. Com este voto o bem comum é colocado como prioridade e o desejo pessoal deve ser avaliado dentro deste contexto.

Esta consagração radical pelos três votos é apoiada pela vida de oração pessoal e comunitária e pela vida em fraternidade com o objetivo de trabalhar na missão do Senhor Jesus. A sociedade de hoje tem os seus deuses falsos: riqueza, prazer e poder; desenvolve projetos que fazem o rico, cada vez mais rico, e o pobre, cada vez mais pobre. A vida religiosa quer chamar atenção que o bem estar da pessoa humana deve ser o objetivo principal de qualquer projeto da sociedade, lembrando que todos são criados à imagem e semelhança de Deus e somos todos irmãos e irmãs, filhos e filhas do mesmo Pai.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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