Neste domingo chega à sua culminância o Ano Paulino, instituído para celebrar os dois mil anos do seu nascimento, ocorrido na cidade de Tarso, integrada no mapa das terras dominadas pelo império romano.
A festa da conversão de S. Paulo nos motiva a acompanhar os passos mais significativos da vida deste grande apóstolo.
Foi decisiva sua experiência de vida comunitária em Antioquia, para onde foi levado por Barnabé. Paulo nunca mais esqueceu Antioquia, e fez dela o ponto de partida, e o ponto de retorno, de toda a sua intensa atividade missionária.
Conta o livro dos Atos dos Apóstolos, que a comunidade de Antioquia teve um surpreendente crescimento, que chamou a atenção da opinião pública. Tanto que foi lá que os discípulos de Jesus, pela primeira vez, foram chamados de “cristãos”. Foi cunhado um apelido, que acabou ficando na história, e dela nunca mais sairá, com certeza.
Conforme testemunha a Bíblia, certo dia, quando a comunidade de Antioquia estava reunida, fez-se ouvir o apelo de Deus para a sua responsabilidade missionária. Perceberam que não podiam guardar só para si próprios a riqueza de vida que a fé cristã lhes tinha outorgado. O mundo estava próximo a Antioquia, aguardando a boa nova da salvação em Cristo.
De tal modo que Antioquia passou a exercer a missão de intermediária entre Jerusalém, o nascedouro da fé cristã, e o mundo pagão, também destinatário desta mesma fé. Sem Antioquia, não teria acontecido a surpreendente expansão do cristianismo pelas terras do império romano.
Para simbolizar que a fé cristã transborda de uma experiência de vida, a comunidade de Antioquia, reunida em oração, invocou a força de Deus sobre os dois que ela estava enviando em missão, e impuseram as mãos sobre Barnabé e Paulo, simbolizando que estavam partindo em nome de Deus e em nome da comunidade, que os enviava.
Assim partiram, conduzidos pelo Espírito, que se encarregaria de indicar os caminhos por onde o Evangelho devia ir sendo semeado em terras pagãs.
Mas periodicamente, eles voltariam a Antioquia, para se reabastecer de motivações, e para enriquecer a comunidade com a experiência da missão.
O missionário nunca pode perder o contato com a comunidade que o impulsionou para a missão. Comunhão e missão são duas dimensões indispensáveis para o crescimento da Igreja e para a difusão do Evangelho.