O emaranhado de problemas
Vem em minha direção como um soldado
Que busca no silêncio da traição
Abater o inimigo com um golpe de misericórdia
No inferno que é a guerra.
Vejo-me a soluçar como um predestinado à morte
Que se agarra com tamanha fúria em sua covardia
Esperançoso que Deus se compadeça de seu infortúnio e mísero destino.
Percebo, então, que é impossível recuar,
Mas como derrotar os problemas sem guerra, sem sangue?
E, como gritar por justiça neste mundo de corrupções?
O inimigo imbatível se aproxima como uma tormenta em alto-mar feito onda gigante,
Pronta para engolir qualquer resistência social
Que venha opor-se aos seus interesses.
E na tentativa de uma fuga desesperada
Percebo a astúcia do inimigo que já me cercara por todos os flancos.
Não me resta então outra saída a não ser lutar.
Sou gente, errante, mas sou gente,
Covarde, valente… Amante da vida,
Isso me fortalece.
Luto com garra, com a alma,
Enfrento o inimigo com a soberania dos poderosos guerreiros,
E com a humildade e sensatez dessa gente que sofre
Nesse emaranhado de problemas do cotidiano da vida.
Estou a combater o inimigo
Quando o “silêncio” da guerra é atropelado pelo barulho da vida real.
Salto do sonho como um retirante fugindo da seca.
Era só um sonho!
Sou gente, e como tal
Terei que enfrentar esse inimigo acordado
Na guerra da vida real.
*Professor da Rede Pública Municipal de Santarém
Graduado Pleno em Pedagogia pela UFPA