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Quero as manhãs cristalinas
e um canto transparente

a pureza dos ares rarefeitos
os incensos, os círios, os salmos
o kyrie eleyson

Quero a alba do papel
o azul de tornassol,
as cores do arco-íris

preservar os centauros, os cetáceos
o mico-leão-dourado
e os versos de Safo

Quero as florestas de chuva,
o degelo das primaveras

Quero sedosas, sedadas
as dores aciculadas,
as lembranças sagitadas

Quero os tropos, as metáforas
adágio, allegro ma non troppo
Gea, Netuno, Helios, Ceres
quero um mar de girassóis

as polissemias, as polifonias
e as múltiplas possibilidades
do futebol do Brasil

Quero os torneios verbais, os jogos florais
os voleios, os meneios, os anseios

Mas quero sobretudo, principalmente
gozar o abandono das mãos e do espírito
pelos seios e olhos da mulher amada.

Esquecido das demais vontades,
prometo então, depois da paz,
depois do amor, querer mais nada.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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