Com o acelerado processo de globalização da política e da economia no mundo o ser humano passa a travar uma constante luta para entender o significado das transformações sociais que acabam também respingando na cultura e na tradição dos povos. Hoje, no bojo da corrida tecnológica o que está em alta é aquilo que tem boa aceitação no mercado, aquilo que nos torna dependentes para consumirmos mais e mais.
Às vésperas de mais um dezembro o comércio se organiza como uma grande vitrine a céu aberto para a conquista dos clientes sedentos por novidades para presentear amigos e familiares, sendo que a festa já está planejada e, na sua grande maioria com muita bebida, comida e uma árvore frutiferando pacotes belíssimos.
Mas a grande mídia também apela para as desigualdades sociais planetárias. Apelando para nosso sentimento de solidariedade nos fazem lembrar dos muitos que não têm o que comer ou o que pode ser ainda pior, não tem um lar decente com o mínimo para se viver. São as nossas mazelas gritando o ano todo por comida e moradia, mas o que é passado como quase verdade é que eles apenas precisam comer dignamente no Natal.
Enquanto isso o comércio vende um Natal sem amor e sem o verdadeiro sujeito desta bela história cristã. O grande homenageado hoje é o comércio e “o bom velinho” com suas longas barbas e uma vestimenta vermelha. Para onde foi o verdadeiro sentido do Natal Cristão? Foi transformado em mercadoria? Infelizmente sim. Essa festa que deveria ser a lembrança do nascimento de um Rei humilde e grande cidadão do mundo, não passa agora de uma oportunidade para ganhar dinheiro.
É preciso com urgência, a partir de uma ampla reflexão, resgatar o verdadeiro sentido do Natal Cristão e homenagear a quem de direito. Do contrário, estaremos fadados a comprar e vender sonhos do mercado contemporâneo, uma forma visível da exploração humana.
(*) Professor da Rede Pública Municipal de Santarém
Graduado Pleno em Pedagogia pela UFPA