O nosso orgulho, a nossa autosuficiência, a nossa prepotência impedem a aceitação do absoluto. Daí, pois, a necessidade de cultivar a humildade. O encontro com o absoluto não acontece de uma hora para outra; vai acontecendo lentamente. Por isso, exige coragem e humildade para nunca voltar atrás. Somente tendo diante de nós um ideal claro, uma escolha, uma meta, podemos caminhar e, embora muitas vezes feridos e cansados, chegaremos lá.
Santo Afonso de Ligório dizia: “O homem foi criado para Deus. Não podemos ser felizes a não ser que amemos a Deus. Como todo amor, esse amor é exclusivo. O amor está em busca de uma entrega completa, total, que está totalmente ao dispor do amado. O amor pelas coisas criadas, relativas divide o nosso amor. Como resultado traz um elemento de infelicidade às nossas vidas.”
A espiritualidade na perspectiva do terceiro milênio nos convida a fazer o caminho da busca em vista do encontro com uma pessoa viva e real: Jesus Cristo de Nazaré, o Filho de Deus, a fim de assumirmos um compromisso que traduza uma adesão de fé amadurecida e cheia de convicção. Essa será a experiência do absoluto, a definição do absoluto em nossa vida. Assim se expressa o Santo Padre João Paulo II na Exortação Apostólica Ecclesia in Améric: “Portanto, é necessário renovar constantemente o encontro com Jesus Cristo vivo, caminho este que, como foi posto em evidência pelos Padres Sinodais, nos conduz à conversão permanente.”
Para encontrar o sentido da vida, fazer a escolha do absoluto, é preciso dar um passo de qualidade na caminhada de nossa conversão, ou seja: dar esse passo de maneira que sintamos no coração a alegria que nasce da certeza de que valeu a pena.
Aí, sim, a nossa vida será eloqüente. Dirá por si mesma que somos felizes porque optamos pelo absoluto, porque encontramos o sentido da vida. E quando encontramos o sentido da vida, nos tornamos mais gente, mais humanos e, por isso mesmo,mais felizes.