No Estado de Santa Catarina a natureza deu novo aviso aos seres humanos. A calamidade provocada pelas chuvas não é um acidente da natureza, é sim, conseqüência da continuada ação agressiva de projetos e ações humanos. Inclusive, o continuado desmatamento da Amazônia está provocando esses desastres.
A própria Amazônia passa por mudanças climáticas, com graves conseqüências para todos. Infelizmente boa parte da população está despreocupada como se não tivesse nada a ver com isso; outra parte da população continua a provocar impactos perversos na natureza, irresponsavelmente, e as conseqüências são para outros hoje e no futuro.
Em Santa Catarina hoje, uns choram a desgraça de seu povo e de sua biodiversidade. Outros, porém choram lagrimas de jacaré, porque vão continuar a busca de lucros destruindo florestas, rios e matas. Afinal, empresas sabem derrubar matas, aterrar igarapés e tantos outros atos insanos, simplesmente em busca de seus interesses e se justificam que o progresso tem um preço e quem deve pagar é a natureza. Por isso, não funcionam tratados de Kyoto, nem ministérios de meio ambiente, nem órgãos ambientais estaduais e municipais.
No entanto, nada acontece por acaso, as catástrofes de hoje são conseqüências de atos irresponsáveis de ontem. O noticiário desta manhã menciona três casos de violência ao meio ambiente, apenas na cidade de Santarém. O desastre nas águas subterrâneas no bairro Vitória Régia é conseqüência de serrarias lançando restos de madeiras em áreas abertas ao redor do bairro; outro crime está ocorrendo no bairro do Cambuquira, pela extração de pedra para brita, desmoronando morros sobre a mata para extrair o minério; uma outra notícia fala da construção de uma ponte passarela sobre o lago do Mapiri, ligando os bairros do Maracanã ao Mapiri; este é outro caso de violência ao meio ambiente, já que o lago do mapiri é um local de desova de peixes e a passarela de mais de 300 metros será espaço de poluição ambiental.
Outros casos de violência estão a se repetir continuamente na cidade e na região, como é o caso da poluição dos igarapés no Urumari e no Irurá, como também no lago do Maicá, além do escoamento das águas servidas direcionadas para o lago do Papucú. Está é uma obra com financiamento do PAC do governo federal.
Os órgão ambientais de todos os naipes estão mudos, cegos e alienados. A natureza não é vingativa mas, reage aqui, na Amazônia, como em Santa Catarina.
Só quem pode parar esses projetos criminosos é a própria sociedade. Algumas iniciativas estão sendo tomadas aqui e acolá, mas é necessário um enfrentamento mais amplo da sociedade para salvar o que ainda se tem, grupos conscientes de que “quem gosta de nós somos nós” – associações de moradores, igrejas, estudantes e quem mais respeita a natureza. Mas quando começará esse enfrentamento? Quando?