Depois de tudo o que sofri nestes anos,
cheguei a seguinte conclusão:
não sou mais tua mãe.
Reconheço a distância que existe entre nós duas.
Os elos que nos uniam foram rompidos um a um,
e se tornaram forças antagônicas
que nos repelem a cada esforço insistente
que fazemos para nos aproximarmos.
Mãe e filha? Não…
Agora apenas duas mulheres companheiras.
Partilhas comigo metade de meu sangue e de minhas carnes.
Sei que chegou a hora mais difícil:
a hora do segundo parto.
Nem filha e nem mãe.
Duas mulheres,
dois destinos,
duas vidas independentes
numa única história de amor e do(r)(ação).

(26.11.2006 – Natal/RN)