TEXTO DE MARIA LIOZA DE ARAÚJO CORREIA

O seu artigo “A NOVA CRISE E O PECADO ORIGINAL”, faz uma profunda análise sócio-política da atual situação da união Européia, mostrando as responsabilidades dos líderes na atual política, que poderá agravar os fatores de crise dos países, a exemplo da crise do petróleo que vem afetando a economia dos europeus, além de outras, que terão de ser debeladas ou bem administradas, para que seja mantido o equilíbrio econômico, do qual depende o equilíbrio social da UE, em que pese a demonstração de poder que continua existindo entre os países mais ricos e que tem uma influência mais forte nas diretrizes sócio-econômicas que norteiam os rumos políticos desse conglomerado que é a União Européia.

Nesse contexto, a permissão da Europa, para a construção da base anti-míssil americana, na minha visão, tal deferência para com Bush, em vez de fortalecer, enfraqueceu e dividiu a União Européia, haja vista que um dos países influentes, aliado incondicional de Bush, o Reino Unido, em mais um possível confronto envolvendo a América do Norte, a exemplo da guerra do Iraque, do Afeganistão ou outra, o Reino Unido não ficará neutro e assim sendo, poderá levar países da UE a aderirem também à sanha guerreira e armamentista de Bush, tal como fez, quando induziu Portugal e Espanha a enviarem tropas para o Iraque, mesmo contra a opinião pública desses países. Essa previsão tem fundamento e os líderes europeus, se fossem tão autônomos como querem fazer crer ao mundo, deveriam ter ponderado mais sobre essa base anti-míssil americana, especialmente porque Bush está pendurando as chuteiras no próximo ano e essa base representa uma faca de dois gumes para a Europa. Tanto pode servir de defesa como de ataque a países que contrariarem os interesses americanos na própria Europa, principalmente, levando-se em conta que, diante da crise econômica, os Estados Unidos necessitam de expandir sua indústria bélica como um fator de sobrevivência daquele país. Assim, como se diz por aqui: “prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém”. E meu pai, quando vivia, gostava de dizer: “seguro morreu de velho e desconfiado ainda continua vivo”. Portanto, a Europa deve se manter vigilante, quanto às boas intenções de Bush e dos Estados Unidos.