([email protected])

Seu nome era Melva. Uma jovem de 20 anos, que não sabia o que fazer de seu sonhos. Fazia um curso superior qualquer, e trabalhava numa empresa desconhecida. Sempre ao acordar, tinha esperanças de que algo diferente fosse acontecer em sua vida, mas, nunca, nada acontecia…

Alguns quilos a mais, a fazia se sentir diferente, e muitas vezes rejeitada, e os comentários de sua família reforçavam esse sentimento de diferença, o que a deixava tímida e solitária.
Usuária freqüente de computadores, certo dia conheceu Mauro, apresentado via msn por uma garota que havia acabado de achar na rede…
Num dia ensolarado de abril, os três se encontraram, e então, Melva soube que era ele, era por ele que ela sempre chamara, era ele em quem ela sempre pensava olhando as ondas do mar. E nesse dia, aquilo que, todo dia ela esperava acontecer, aconteceu.

Eles conversaram, e tudo em Mauro chamava-lhe atenção, o modo de falar, seus lábios, seu lindo e inesquecível sorriso, o movimentar único de suas mãos, e seus longos dedos macios. Ela simplesmente sabia que ele era tudo aquilo que ela pedira às ondas, que era por ele que ela gritara por tantos anos a fio.
Ela não conseguia conter seu olhar, sempre fixo em seu sorriso e suas mãos.
Ao chegar em casa naquela noite, ela sorriu à lua e agradeceu à Deusa por finalmente ter encontrado Mauro.
Ela precisava conquistá-lo, conhecê-lo, encontrá-lo novamente. E poucos dias depois, houve uma festa, onde eles se reencontraram, e seus olhares cruzavam-se com freqüência, e ao olhar no fundo de seus olhos, ela soube que ele também chamara por ela, e ao pegar em suas mãos, ela teve a certeza, que eles tinham se achado, e que não havia mais nada que fosse impedir deles finalmente ficarem juntos.
Ao menos, assim ela pensava…

Da mesma forma que ela sofrera toda sua vida, ele também era muito ferido, e havia construído um muro imenso em volta de seu coração, um muro o qual ela precisava quebrar para poder entrar. Foi uma tarefa árdua e sofrida, palavras ásperas foram proferidas, e as primeiras lágrimas nasciam…
Segredos, segredos…

Outubro/2005