Walter Cabral de Moura 22 de novembro de 2008

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Charadas e logogrifos
sob forma de rosáceas
rosa-dos-ventos, hieróglifos
marujos, pez, opiáceas.

Palavras já não cruzadas
mas aspergidas ao vento
em brisas que, semeadas
eis mimetizam lamento.

Enfim, que é poesia?
é condensar, ser candente?
é jogo (que a uns vicia)?
é da música um parente?

Responder, ousar não hei
pois afinal, quem eu sou?
por isso? Kremlin, grei
sonoridade em Moscou.

E a idéia? a idéia!
o sentimento, sentir!
e há a rima, apnéia
angústia querendo vir
Enfim, por que poesia?

Porque há um pensamento
para o qual frases não bastam
não sem certa melodia
não sem certo encantamento
não sem certa fantasia…

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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