Ser feliz é uma proposta existencial que exige assumir a vida como uma caminhada de busca. Busca de sentido para a vida. Nessa busca, devemos colocar todo o nosso empenho, todo o nosso elã, todo o nosso amor e o nosso carinho.
Para encontrar o sentido da vida, é preciso ter a coragem de partir no sentido de desapegar-se de tantas coisas para, num clima de verdadeira liberdade, perseguir um objetivo, uma meta. É preciso também abertura e desejo profundo de nos libertar das resistências, derrubar as muralhas que construímos ao nosso redor, baixar nossas armas e tirar as sandálias; enfim, assumir uma atitude de esvaziamento que nos permita encaminhar sem amarras e buscar, com humildade, aquilo que acreditamos e queremos.
Na caminhada, “o que estou procurando”? É a pergunta fundamental que cada um precisa fazer a si mesmo.
Todos trazemos dentro de nós muitos sonhos, ideais, anseios profundos. Por isso mesmo, é necessário priorizar, fazer uma escolha, uma definição daquilo que é mais profundo, mais autêntico. Sem esse processo, é difícil encontrar o sentido da vida, é difícil ser feliz. É um desafio que precisa ser enfrentado. “Ninguém pode servir a dois senhores. Porque ou odiará a um e amará o outro, ou será fiel a um e desprezará o outro” (MT 6,24).
Uma outra pergunta surge em conseqüência da anterior: “O que é o mais profundo, o que é o mais autêntico para nós”? A resposta, naturalmente, só poderá ser dada a partir da lógica cristã: o mais profundo, o mais autêntico para nós é Jesus Cristo e seu projeto de libertação e vida plena, pois ele é a revelação da presença amorosa do Pai: “Quem meu viu, viu o Pai” (Jo14,9); é o “Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim” (Jo14,6); ele veio “para que tenham uma vida, e a tenham em abundância” (Jo10,10); e nos diz: “sem mim vocês não podem fazer nada” (Jo15,5). E isto é como dizer: sem Ele – Jesus – a vida não tem sentido, pois Ele é o absoluto para nós, n’Ele está o sentido da vida.