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Como pode boa parte de nosso povo amazônida ficar inerte diante de tantos acontecimentos que expõe nossos órgãos INCRA e IBAMA, que deveriam zelar por nossa rica e indefesa floresta, compactuar com a política da destruição ambiental? Não podemos mais nos comportar como telespectadores “globais” alienados, somos sujeitos de nossa história e temos o dever de construir uma história de luta contra toda e qualquer atividade que coloque em risco o nosso futuro no Planeta.

Está na hora de gritarmos aos poderosos, palavras de ordem em defesa de nossa Amazônia que aos poucos agoniza sem poder se defender diante de poderosos motosserras. Ver nossa floresta sendo carregada nos dói na alma, mas também não podemos esquecer que muitos que empunham essa máquina devastadora (motosserra) são nossos irmãos, que arrastados pela necessidade ou simplesmente por serem ignorantes, se vendem a essa corja de bandidos que se dizem defensores do progresso. Mas que progresso é esse que tem que sacrificar nossas belezas e riquezas naturais? Um discurso sem validade, mas que contagia muita gente.

E dessa forma, nossos órgãos fiscalizadores se tornam armas importantes para encobrir tamanha safadeza e facilitar o trâmite de legalização do ilegal. Nossas estradas e rios se tornaram caminhos de corrupção, por onde transita, morta, nossa floresta. É um funeral rentável para muitas madeireiras e a certeza de que se nada for feito, pela sociedade civil organizada, em pouco tempo não teremos mais nossa imensa riqueza verde. Pois uma coisa que deveria ser patrimônio da humanidade está se tornando patrimônio bancário de poucos.

São ladrões que agem em plena luz do dia, tendo a certeza que continuarão impunes. Podemos mudar esse quadro, mas para isso precisamos nos reconhecer como legítimos donos desse bem e sair à luta em defesa da vida. Só assim estaremos sendo sujeitos de nossa própria história enquanto cidadãos e cidadãs da Amazônia.