29 de novembro de 2008
Diz um ditado que Deus escreve certo por linhas tortas. E é verdade. De repente, o poder executivo municipal envia um projeto de lei, em caráter de urgência, à Câmara de vereadores. Justamente criando um fundo municipal de habitação de interesse social e com ele, um Conselho gestor do fundo. Uma coisa curiosa é que o projeto é enviado em carater de urgência já no fim do ano.
Por que será que isso acontece assim com pressa, já no final do ano? Deveria haver uma explicação transparente à sociedade para evitar interpretações errôneas. Um líder comunitário do bairro Aeroporto Velho pode bem pensar que isso acontece porque ele vem lutando juntamente com 400 famílias sem teto para conquistar uma grande área desocupada sob jurisdição do exercito brasileiro. Contra tudo e contra forças políticas, ele conseguiu recentemente a liberação da área por parte das autoridades do Exército.
E mais, ele descobriu que lá em Brasília, há alguns milhões de reais disponíveis para construção de casas para famílias de baixa renda a serem financiadas através da Caixa Econômica. O dinheiro está lá, disponível, mas falta um projeto e o envolvimento do município. Será que foi isso, que acelerou esse apressado projeto de lei do fundo municipal de habitação de interesse social?
Aí, chegou um vereador de oposição, retardou a aprovação do projeto, porque segundo ele, tem muita gente ligada ao governo municipal no conselho gestor desse recurso habitacional e isso prejudicaria a fiscalização do uso dos recursos. A preocupação do vereador é correta, afinal uma de suas funções é zelar pela moralidade pública. Porém, se a maioria dos conselheiros fosse ligada à oposição, teria o nobre vereador a mesma preocupação? Em todo caso, que a lei seja aprovada com urgência, dentro da moralidade e que tantas famílias pobres possam ser beneficiadas.