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“…E hoje eu sei que quem lhe deu a idéia de uma nova consciência e juventude…” ( Como Nossos Pais – Belchior)

Há de se reconhecer, nosso País é exemplo a ser imitado por sua agilidade na apuração e divulgação dos votos e também pelo alto índice de confiabilidade na lisura do processo eleitoral com as urnas eletrônicas. Porém um péssimo exemplo no gasto do dinheiro público e privado em se tratando de campanhas eleitorais com suas propagandas faraônicas incluindo a contratação de marqueteiros que vivem para propagandear sonhos que saciem os anseios do povo.

E como se isso tudo não bastasse, ainda se gasta com carros-som, panfletos, bandeiras, cabos eleitorais famintos por dinheiro fácil, adesivos e blá, blá, blá todos os dias na mídia falada. Mas não pára por aí, pois têm as carreatas com combustível bancado com nosso dinheiro, comícios com pessoas, ainda em tempos modernos, recebendo para aplaudir e gritar vivas. São, na verdade, animadores de torcida eleitoral.

E os gastos continuam…são processos, multas e, acreditem!! Compra de votos. Ficou estarrecido? É a mais pura verdade!

Você já se perguntou o porquê de tudo isso? É simples. Nossos políticos trabalham em gabinetes e são poucos os que exercem seus mandatos ouvindo o povo, dialogando, visitando. Se assim todos fizessem não precisaria investir tanto em propaganda e venda de sonhos, bastaria divulgar que estariam disputando uma vaga no executivo ou legislativo e o povo que havia participado de seu mandato democrático votaria, tendo a certeza de estar ajudando a eleger um representante do e para o povo.
No entanto, boa parte de nossos políticos age como o “bom” detento que sai para visitar os amigos no período de natal e retorna à cela, só voltando a um contato aberto no outro natal. E dessa forma, a cada retorno é necessário todo o seu tempo de liberdade para abraçar, falar de seus projetos e pedir um voto de confiança da sociedade.

Nossas campanhas eleitorais precisam se modernizar como nossas urnas que precisam apenas de investimento para manutenção, pois aprendemos a confiar nessas pequenas máquinas. É preciso acabar com essa cultura de gastar dinheiro para comprar nossos sonhos humildes carregados de esperança. Um pouco mais de respeito já seria um bom começo para uma longa conquista cidadã.

E parabéns àqueles que se lançaram no pleito eleitoral pela primeira vez e foram vencedores sem ter que investir tanto em propaganda, pois com certeza, se ganharam, é porque já vinham há muito tempo, em alguns casos, trabalhando junto e democraticamente para o povo.

“Eu devia estar contente porque eu tenho um emprego, sou o dito cidadão respeitável e ganho 4 mil cruzeiros por mês…” (Ouro de Tolo – Raul Seixas)