Sempre, em dias divisíveis saía de dentro da casca que a envolvia. Somente para observar o conteúdo que por dentro acontecia.
Observava seu cérebro, as informações acumuladas, os objetivos alcançados. Bendita capacidade de recuperar sons… Cheiros… Presenças… Refletia sobre as frustrações e magoas… Quantas? Quais? Registros deletados, sem possibilidade de recuperação.
Olhava com respeito o coração, quantos sentimentos guardados. Muitas vezes abandonados, no ímpeto dos afazeres necessários.
Outros pisoteados, por personagens indispensáveis, em enredos, narrativas e dramas. Escritos na pele, lendas, fábulas, histórias, em formação de si mesma. Ser um ser…
Em seu corpo… Quantas marcas… Vestígios de feridas profundas… Algumas totalmente curadas… Outras…
Em sua alma… A presença de sofrimento constante, a alegria de viver aqueles instantes em agradecimento eterno…
Saber distinguir a vida, dentro e fora do invólucro perfeito e sobre-humano que lhe fora oferecido como vida-presente.
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Bauru/SP
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Obs: Imagem enviada pela autora.