Malu Nogueira 4 de outubro de 2008


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O momento atual está todo voltado à escolha de representantes municipais.
Muitas pessoas estão motivadas para elegerem seus candidatos, pois comungam com seus programas, confiam na sua representação e não se sentem inseguras nessas escolhas.

Outras estão indecisas ou não apóiam candidatos bem colocados nas pesquisas eleitorais, por total falta de convicção nas explanações de suas plataformas de Governo ou por um fato que denigre o cenário nacional: a falta de confiança, de ética e de moral dos parlamentares. Esses candidatos concorrem, novamente, a um cargo eletivo, quando, nos últimos quatro anos, foram envolvidos em atos de corrupção.

O homem ocidental escolheu a democracia como forma de governo. E, nesse tipo de governo, as facilidades são muitas. As tentações são encaradas com naturalidade, o que aumenta os índices de denúncias.

Governo seguidor dos princípios da igualdade e obediências às leis constitucionais e respeito às instituições dá equilíbrio aos seus cidadãos, posto que delibera sobre interesses gerais da sociedade, resolvem seus direitos e agem com justiça e eqüidade.

Nunca se viu tanta falta de compostura política como no cenário atual. Todos os dias são publicadas notícias com escândalos e evidências que não deixam margem a dúvidas.

O povo está anestesiado já aceita, com naturalidade, essas notícias, duramente criticadas por outros paises, como se a nossa nação não fosse constituída por homens sérios e honestos.

Já no século passado, Rui Barbosa alertava para fatos semelhantes, concluindo que, na educação, o homem encontraria sua verdadeira vocação e se desviaria dos caminhos tortuosos da leviandade e da mentira.

Hoje, a educação continua sem prioridade na maioria dos governos. O homem contemporâneo persiste em manipular situações e vidas, tornando fatos como que parte de suas personalidades, atrofiadas por falta de estímulo e orientação.

Somos castigados por nossos erros e omissões. Li em algum lugar que os homens não podem ser ricos e pobres ao mesmo tempo. Ou são uma coisa ou outras. Nessa situação, estão as classes sociais das quais todos, de certa forma, fazem parte, visto os fundamentos da democracia são soberania e liberdade. Assim, também, os homens: ou são corruptos ou não são.

Nas eleições estão todas as classes: ou votamos certos ou fazemos escolhas equivocadas, das quais vamos nos arrepender amargamente. Porém, temos o direito à escolha livre e democrática.

Lembro que meu avô contava um caso, ocorrido em sua pequena cidade, em época de eleição. Um candidato a vereador acordou muito cedo, contratou um carro para buscar e levar seus eleitores nos sítios das redondezas, enquanto a mulher ficaria o dia todo em casa fazendo comida e recebendo gente. Quando ele percebeu o horário, já haviam se encerrado as votações e ele e sua esposa não tinham ido votar.

Concluída a apuração, esse candidato não obteve nenhum voto. O que o deixou decepcionado, pois percebeu que todo o seu esforço tinha sido inútil. Porém serviu para que ele realmente enxergasse como o mundo político é cheio de subterfúgios e enganos.

Cabe a cada cidadão, livre e consciente, mudar essa situação, fazer por si e pela nação. Não esperar o que a nação possa fazer por ele, mas o que ele pode fazer por ela. Já dizia Kennedy: “Somos capazes de escrever nossa história, em linhas certas, sem nunca sermos tentados a escrevê-la por linhas tortas”.

Não esperar por mudanças, que não chegam, pois a mudança vem de dentro de nós. O caminho somos nós.
Temos de ser corajosos em nossas idéias, para sermos, verdadeiramente, livres em nossas vidas.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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