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Há datas inesquecíveis que são dignas de grandes festas e celebrações. Há outras datas que chegam e passam, sem que se tenha muito o que festejar. Hoje por exemplo é o dia do professor. Que celebrações terão os membros dessa categoria profissional. Em cada município, professor e professora tem responsabilidade de educar os filhos e filhas das famílias, complementar a educação iniciada em casa.

Um dos pesos da profissão é trabalhar o caráter de muitas crianças, adolescentes e jovens que chegam na escola sem muita estrutura de personalidade por não terem recebido dos pais. São os alunos problemáticos. Isto exige muito esforço e paciência do professor, que supõe mais uma vocação do que apenas uma profissão. A retribuição à dedicação do e da professora até hoje não é digna.

Além de nem sempre receber todo apoio dos pais, por cuidar do desenvolvimento intelectual e de caráter dos filhos, as escolas não oferecem todos os recursos necessários para um moderno e bom ensinamento. Isto sem falar nos salários que são indignos comparados com os salários de outros servidores do poder público. Para completar a falta de motivação para uma grande comemoração do dia do professor, a categoria não tem consciência corporativa.

Os sindicatos não conseguem unir a maioria de seus sócios. Uma cidade como Santarém deve ter em torno de 10 mil professores, incluindo aqui todas as escolas e faculdades. Hoje seria um dia próprio para toda a categoria estar unida realizando um seminário, um dia de manifestação pública de sua força política. Mas, como nunca aconteceu de professores universitários se juntarem a professores de nível médio, nem os professores estaduais se juntarem aos municipais; nem os professores de escolas e faculdades públicas se juntarem aos de escolas e faculdades privadas, este esfacelamento da categoria leva a ser uma categoria mal remunerada, sem expressão coletiva e aí o dia do professor passa sem expressão.