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Na reserva de Dourados
não há ouro, nem há prata
antes matas, hoje mortes.

Das mortes que são possíveis
nenhuma é tão vergonhosa
quanto a que mata de fome.

Das mortes que são de fome
nenhuma é tão aberrante
quanto a que mata crianças

(não que gritem, as crianças
pelo contrário, nem choram
mantêm-se de olhos secos

pra mostrar, com tal secura
e ver melhor, secamente
a aridez que as mata).

Na reserva de Dourados
não há ouro, nem há prata
antes matas, hoje morrem

de fome, de inanição
de ausência e sequidão
os pequenos curumis.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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