maio/98 – (roteiro para debate)

1. POLÍTICA que vem da palavra grega POLIS quer dizer CIDADE (PetróPOLIS =cidade de Pedro). Política tem a ver com PODER. Poder econômico = ter a posse das riquezas. Poder ideológico = conjunto de idéias que fundamentam uma posição. Poder político = força para tomar as decisões dentro da sociedade. Quem paga a banda, escolhe a música.

2. CIDADE – Na Grécia, POLIS era o centro da cidade. Nesse lugar os cidadãos decidiam, coletivamente, o destino da cidade: as leis, a justiça, os benefícios, a guerra, a diplomacia. Nessa época, 500 a.C. Atenas tinha cerca de 300.000 habitantes.

3. CIDADÃO – Em Atenas, só os homens livres eram cidadãos – mais ou menos 40.000 homens; escravos e mulheres não contavam. No Brasil, apenas 20% da população tem a possibilidade de participar, plenamente, na vida política do Pais, embora todos os maiores de 16 anos possam votar. A palavra cidadão foi recuperada para dizer que todas as pessoas são iguais e dizer que não há ricos e pobres como classes sociais antagônicas.

4. Cidadão não é apenas ser eleitor. Cidadão é ter direitos: trabalho, moradia, saúde, alimentação, educação, lazer. Ser cidadão é ter opinião, se organizar, pensar e fazer propostas para melhorar a vida da nação. É ser pessoa consciente que participa na tomada de decisões.

5. DEMOCRACIA é uma palavra grega que significa poder do povo. A democracia teve que enfrentar a teocracia (poder em nome de um deus), a monarquia (poder de um rei/ rainha), a aristocracia (poder de uma elite), a oligarquia (poder de poucos). Tais modelos representavam tirania, formas de dominação da minoria sobre a maioria. A democracia prega que todo o poder nasce do povo e pelo povo deve ser exercido. Ela se fundamenta na convicção de que todas as pessoas são capazes e por isso, podem e devem exercer funções públicas, como serviço ao conjunto da sociedade.

6. SORTEIO – Em Atenas, a assembléia dos cidadãos escolhia, por sorteio, 550 pessoas que discutiam as questões da cidade e se dividiam em comissões para realização das tarefas públicas. Qualquer cidadão poderia ser sorteado. (A elite foi contra essa experiência. Ela afirmava que só os filósofos estavam preparados para dirigir a nação). As comissões eram rotativas e duravam 30 dias. Com exceção da comissão do exército e comissão do tesouro que duravam um ano e eram submetidas a uma rigorosa prestação de contas.

7. PARTICIPAÇÃO POLÍTICA – A experiência grega durou 150 anos. A vantagem era permitir uma intensa participação de um setor da população. Durante o ano havia 30 assembléias, o que tornava forte a vida coletiva, a vida política. A política era feita com participação direta dos cidadãos. Trazia, no entanto, na sua raiz o germe da divisão de classes, da discriminação: os homens incluídos e brancos eram considerados superiores. Restringia o fundamento da própria democracia: o poder pertence a todo o povo e por ele deve ser exercido.

8. REPRESENTAÇÃO – Na história, foram construídos outros exemplos de democracia que criaram formas do povo decidir seu destino. A democracia representativa foi o caminho onde alguns escolhidos, de forma permanente e profissional, deveriam cuidar dos interesses populares. Com o tempo a representação virou delegação de poder e o cargo virou privilégio individual. Com isso a pessoa eleita substitui a vontade dos eleitores. A democracia vira uma formalidade onde os candidatos, na sua maioria, não têm compromisso com o povo. De 4 em 4 anos, sem a menor cerimônia, voltam buscando um jeito de ganhar o apoio do voto, muitas vezes, através da compra, da ameaça, da ilusão e até da fraude.

Obs; A Parte II será postada no próximo dia 13.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


busca
autores

Autores

biblioteca

Biblioteca

Entrelaços do Coração é uma revista online e sem fins lucrativos compartilhada por diversos autores. Neste espaço, você encontra várias vertentes da literatura: atualidades, crônicas, reportagens, contos, poesias, fotografias, entre outros. Não há linha específica a ser seguida, pois acreditamos que a unidade do SER é buscada na multiplicidade de ideias, sonhos, projetos. Cada autor assume inteira responsabilidade sobre o conteúdo, não representando necessariamente a linha editorial dos demais.
Poemas Silenciosos

Flickr do (Entre)laços
[slickr-flickr type=slideshow]