É a mais pura e absurda verdade. Estão vendendo a Amazônia. É uma especiaria rara, cobiçada, e o preço é um atrativo em potencial. Atrái os olhares e o interesse de estrangeiros “preocupados em preservar” tão belo santuário ecológico.
E diferente de tempos idos, quando eram necessárias longas viagens para conhecer terras distantes e “exóticas”, agora com apenas um clique, eis que surge na tela do computador a Amazônia loteada, prontinha para ser negociada. E as agências vendedoras não economizam nos elogios para se fazer um bom negócio.
O comprador então imagina: ___ Estão mesmo destruindo. O governo brasileiro está de mãos e pés atados, nada quer fazer para conter tal destruição. Vou comprar meu pedaço de floresta e assim, consigo guardar para as gerações vindouras um pedaço do paraíso verde, e até posso abrir para visitação sem cobrar nada, afinal é uma beleza que não tem preço!!
E dessa forma, os corretores de tão grandioso imóvel vão ganhando seus quinhões sem nada temer. E o povo desta terra? Não têm o direito de ser ao menos consultado se podem ou não vender seus bonitos quintais com seus jardins naturais exuberantes? Já não basta para os estrangeiros nossos cardinais, acaris, acarás e arraias dentro de aquários minúsculos, comparando com nossos rios gigantescos, “embelezando” suas salas? Os papagaios, as araras e os periquitos com suas asas cortadas não satisfazem a cobiça dessa gente ecologicamente incorreta?
Se continuar como está, daqui a pouco o bicho exótico racional destas bandas será atrativo nas vitrines ricas do comércio badalado do “primeiro” mundo.
E agora me veio uma dúvida inquietante!! Não terá sido essa gente quem comprou a Ex-Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Ela simplesmente sumiu! E com ela se foi a esperança e o legado ético da preservação ambiental da Amazônia brasileira.
*Professor da Rede Pública Municipal de Santarém
Graduado Pleno em Pedagogia pela UFPA