Edilberto Sena 20 de setembro de 2008

Comentário/ editorial  no Jornal da Manhã (Rádio Rural AM)
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Se no Brasil 50 milhões de pessoas recebem a migalha do bolsa família, enquanto apenas 10 milhões de brasileiros esbanjam riqueza, como cantar com alegria o “ouviram do Ipiranga as margens Plácidas”…? Como ter orgulho de uma pátria, que permite grandes lucros aos banqueiros, dilata por 20 anos o pagamento das dívidas do grande agro negócio e permite grandes empresas multinacionais levarem os minérios deixando as crateras e a pobreza aos brasileiros?. Por que o estado Brasileiro permite uma indecente lei kandir, que garante grandes lucros aos exportadores de produtores primários, à com grandes prejuízos para os estados que geram tais produtos, como no Pará, 4to. maior exportador de madeira, soja, minérios e energia elétrica, entre outros produtos primários, a troco de quê? Que pátria é essa?

Como cantar – “…se os filhos teus não fogem à luta…”, se os filhos dessa Pátria, em grande parte não tem garantia de emprego e renda, não têm possibilidade de entrar na universidade? Uma Pátria cujas leis permitem grandes ladrões ficarem fora dos presídios, que estão cheios de pobres criminosos, como festejar tal independência? É por isso e muito mais que nos últimos 14 anos a parte sofrida desta sociedade injusta vem realizando o Grito dos Excluídos.

Há quem se incomode que o Grito dos Excluídos seja realizado no dia 07 de setembro. Mas quem se incomoda? Ou é quem está alienado e conformado com essa Pátria injusta; ou é gente que faz parte da minoria que vive bem à custa dessa injusta divisão social. Mas quem já compreende que a verdadeira independência ainda têm que ser conquistada, só não vai amanhã à caminhada do Grito se estiver fisicamente impossibilitada. Mesmo assim, estará participando vibrante lá do hospital ou do presídio, lá no fundo da rede ou de sua casa no meio rural.

O grito dos excluídos é um alerta e advertência que amanhã ecoará de Norte a Sul, do Leste ao Oeste do Brasil para os governantes e os que vivem à custa da destruição da Amazônia e do suor dos excluídos, uma advertência de que a situação tem e vai mudar que a independência é para todos, pois todos são brasileiros.

Com uma informação alviçareira: O grito dos Excluídos já ecoa em toda a América Latina. E alguns sinais de que mudanças estão acontecendo para nervosismo dos que sempre viveram à custa do suor dos excluídos. Os sinais de esperança já brilham no Equador, na Bolívia e no Paraguai. Se lá já há sinais, quando começará aqui neste país de Pindorama, salve, salve.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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