Rômulo Viana 25 de setembro de 2008

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As palavras feriram-lhe o âmago dos sentimentos. Os olhos não se afogaram em lágrimas, mas o coração, esse sim, chorou. Chorou copiosamente num silêncio profundo. Nada podia fazer. As palavras foram ditas ao acaso. Sem destino certo.

A reação foi imediata: esquivou-se dele no dia seguinte. Já não liam os mesmos livros próximos um do outro. As conversações se tornaram lacônicas e objetivas, Secas, Pálidas, Opacas. O brilho dos olhos que antes flameja na presença do outro apagou-se provisoriamente. Distantes. O coração perto, mas os sentimentos longínquos.

Ele atordoou-se de súbito na melancolia da distância induzida. Buscava todos os meios da aproximação de outrora. Apenas o que conseguia era mais recusa e nada mais por parte dela. Veio-lhe a fome, dor psicológica própria do sentimento. Vieram-lhe as lembranças do passado: os momentos juntos, as leituras em grupo, os debates de mesma opinião. Aquele sorriso colombiano alegre e gentil.

O tempo passou e a angustia só aumentando. E agora? A matemática do amor amigo lhe invade o pensamento. O que fazer para trazer a amiga de volta ao seio?
Pensamento confuso. Resposta conflitante. Vagou na cabeça a idéia de fazer um pedido de desculpas por escrito. Sacramentando o arrependimento, a culpa, as ofensas. Mas será se ela o aceitaria de volta? Será se ela seria menos amiga de agora em diante? Lacunas abertas em sua alma. Dor que lhe desatina até o momento instante……

Obs: Imagem enviada pelo autor.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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