Comentário/ editorial  no Jornal da Manhã (Rádio Rural AM)
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Hoje é dia da Amazônia. O que se tem a comemorar? Que Amazônia vai se celebrar? Há a Amazônia da exuberância da natureza, das águas, dos minerais e da biodiversidade. Mas, infelizmente estão levando tudo isso para vender no mercado internacional e no sul do Brasil, o outro Brasil. Estão ficando as crateras, o vazio e a poluição. Há a Amazônia dos 150 povos indígenas com cerca de 750 mil pessoas, mas estão sendo assassinados e suas terras roubadas para plantação de soja, arroz, algodão e para pastos das fazendas de gado. Hoje é dia de qual Amazônia?

Há a Amazônia de 23 milhões de habitantes ribeirinhos, colonos ao longo das rodovias, e nos planaltos, esperando legalização de seus lotes e asfaltamento das estradas para ter uma vida digna. Esse asfaltamento é prometido a cada governo que entra, mas não se completa, por quê?.Há a Amazônia dos políticos incompetentes, mas espertos, sem compromisso com seus eleitores e com a Amazônia, mas comprometidos com seus interesses pessoais. Afinal, qual a Amazônia que se vai celebrar hoje?

Falta se construir a Amazônia, onde os Amazônidas todos, colonos, vargeiros, organizações sociais, pescadores, estudantes, religiosos se juntem aos que já enfrentam lutas em defesa das terras, das culturas, do direito à vida dos que vivem na Amazônia sem destruí-la.

É urgente a união de todos e todas maltratadas pelos saqueadores que chegam aqui para tirar e levar as riquezas sem responsabilidade com os impactos negativos sociais e ambientais que provocam. É preciso cragem para resisitir aos que justificam a devastação com a farsa de que todo progresso paga um preço, que entre uns bagrezinhos e o crescimento econômico do Brasil, prevalece este.

Aí sim, quando os e as amazônidas se levanratrem contra esta colonização oficial e extra oficial então se poderá comemorar o dia da Amazônia com festas e com cânticos alegres. Por enquanto, o dia da Amazônia tem que ser vivido como luta de resistência e consciência cidadão. Já será um passo se ao menos, nas escolas se fizer diferença entre crescimento econômico e desenvolvimento.