A necessidade de segurança faz parte do ser humano. Respiramos violência e impunidade, mas viver também implica determinação de abrir os dois braços e se dispor a abraçar o mundo com toda a carga apodrecida, consciente de que conflitos e contradições geram incertezas e busca da verdade…
Na insatisfação habita a essência do sentimento, ainda que esteja abafada e descolorida no silêncio de asas sonolentas e feridas…
Ultrapassar as barreiras requer paixão e discernimento.
Arriscar-se na caminhada requer iniciativa e solidariedade.
Juvenal Arduini falando sobre a ousadia como elemento primordial para o crescimento diz: ousar é soltar-se para buscar o futuro.
Será que o marginalizado da sociedade possa enfrentar de peito aberto tantas insinuações e perseguições?
Sua arma principal deverá ser o seu poder inserido em sua ousadia, ainda que seja necessário transpor as mesmas explicações ou justificativas mentirosas.
Há situações onde o nosso olhar deverá transgredir as trilhas pré-estabelecidas, cercas armadas e ir mais além, criando alternativas.
É necessário, no entanto a responsabilidade no alargamento das fronteiras. Sem essa dimensão não seremos capazes de navegar até o fim carregando palavras já tão cansadas de serem manipuladas!
É tempo de aprendermos o significado da ternura que se recolhe para poder habitar na saudade…
É tempo de perseguirmos o gesto que desabrocha na partilha do orvalho, na alma que sangra e perfura a madrugada no inesperado de (con)tradições, no vôo inquieto que sobrevoa metades na loucura de SER…
14.07.2008