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Para ser poeta
é preciso ter
o vagar das horas:
talvez plantar amoras
ver as araras
passear na mata
fazer serenata.

Uma coisa é certa:
é preciso ser
dono das auroras
e como rei sem cetro
editar decreto
que o relógio bane

e o trabalho? dane!
Veja as palmeiras centenárias…
ansiedade? desconhecem!
a simples seiva as sacia
são altas, tranqüilas, verdes…

Quando tombarem – após séculos
a decompor-se passarão centúrias.

Dir-se-ia que vivem por viver
a menos que pretendam demonstrar
que é preciosa a calma
e que a beleza existe.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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