Paula Barros 14 de junho de 2008

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Quando crianças nos dizem para não termos medo do escuro e logo cedo apagam as luzes. Ficamos sós com os nossos amigos imaginários ou fantasmas.

Nos dizem para ter cuidado com o desconhecido. Dizem que é para nos proteger.
Passamos a evitar o desconhecido. Pessoas, sentimentos ou momentos.

No escuro descobrimos em nós vários pensamentos e sentimentos desconhecidos. Então não lidamos com eles. Apagamos as luzes. Abafamos os medos. Adormecemos (de nós mesmos). Nos escondemos.

Assim também acontece diante de fatos novos, de pessoas desconhecidas, de sentimentos novos.

Antes de ser adulto fomos criança. Sendo criança escutamos frases que passam de geração em geração. Frases assassinas de crianças. Escutamos o que não devíamos escutar. E repetimos muitas vezes pelo resto da vida.

Um dia ouvimos que por trás da cara pintada do palhaço tem um homem triste – deixamos de acreditar no sorriso.

Papai Noel não existe – deixamos de acreditar nos sonhos, de aguardarmos o futuro.

Quem ajuda os outros carregam o diabo nas costas – deixamos de ajudar

Não pule, não suba aí, você vai cair – deixamos de arriscar.

Não sei porque criança não tem medo de nada – entendemos que é para termos medo

Sente direito, feche as pernas – passamos a ter medo de nos abrirmos. (para o mundo, para o outro, com relação aos tabus sexuais)

Tanto riso, mais tarde está chorando – entendemos que não é bom sorrir.

Rindo agora para chorar mais tarde – toda vez que sorrimos ficamos esperando o choro.

Pulando desse jeito termina caindo – aprendemos a ficarmos quieto.

Assim vão sendo formadas as crenças. Com essas e outras barbaridades que escutamos ao longo da nossa vida.

Crença é algo que escutamos quando somos crianças, acreditamos, e nos atrapalha pelo resto da vida. Ou também que nós mesmos fundamentamos a partir de situações vividas. A crença geralmente interfere nas nossas relações

Crença é aquela voz que não cansa de falar. Repete. Repete. Até que a gente vai se encolhendo. Recuando. Deixa de ser feliz. E fica triste. E chora. E se isola. Então, aparece outra voz e diz. “Eu não disse”; “Eu bem que avisei”.

Então crença é aquela voz que continuamos escutando mesmo quando descobrimos que não é mais verdade, e mesmo assim tememos.

Nosso comportamento e a forma de agirmos, reagirmos e sentirmos são influenciados pelas crenças.

O que estamos fazendo com as nossas crenças? Com os nossos medos? Que não são mais nossos.

Crescemos, aprendemos e podemos fazer diferente. É só tentarmos.

Obs:*essa é uma definição bem própria, bem minha de crença.

Obs: Imagem enviada pela autora ( Teto do Shopping Paço Alfândega – Recife (PE)

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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