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Ele chegou elegante, vestido num paletó preto, chapéu, botina bem engraxada, óculos na ponta do nariz, uma bengala nas mãos. Sentou-se em frente à porta da sala, nem entrava, nem saía. Ficou observando. Analisando. Perguntando. Ela, inquieta, andava pelos cômodos da memória. Ele batia a bengala na soleira da entrada, toc, toc, toc…Perguntava, toc, toc, toc…Ela respondia e ele toc, toc, toc….Ele perguntava…toc,toc, toc….Ela respondia e ele toc, toc, toc… Era uma tortura de perguntas sem respostas que as preenchesse. E ele, toc, toc, toc…Ela desesperada, pegou a bengala e ficou batendo na própria cabeça, toc, toc, toc…..Mas as perguntas não calavam. Toc, toc, toc……. Uma dia cansou. A bengala amanheceu quebrada. Ele nunca mais perguntará. Colocou os sapatos vermelhos de salto quinze. Saiu lentamente, sem olhar para trás. Agora, apenas o som do salto do sapato. Toc, toc, toc………
Obs: Imagem enviada pela autora