12 de junho de 2008
Minha casa, duas janelas, uma porta,
Aberta no silêncio para o sonho
Faz viver os fantasmas, outros tempos,
Que não os meus, mas onde habito agora.
Vem do passado povoar meus sonhos
Meu avô, na moldura, na memória,
Num sorriso que foi, mas já não fala,
Caminhando na lembrança, pelos quartos.
Às vezes estou só, vejo-o em algum gesto,
A dizer-me palavras, inclinando-se
À infinita distância das idades.
Minha casa de sonhos tem raízes,
Guarda histórias de beijos pelas salas,
Nas paredes, nas telhas, nos terraços.
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.
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