Edilberto Sena 7 de junho de 2008


Comentário/ editorial  no Jornal da Manhã (Rádio Rural AM)
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Hoje, até o meio ambiente já ganhou seu dia no calendário romano. Sinal de que finalmente o cuidado com “nossa casa comum” é coisa séria, questão de vida e morte. Em Santarém é mais de um dia, é uma semana de celebrações, encontros, debates, propostas de vida. Parece que alguma coisa evoluiu na sociedade. Pensar em como cuidar do meio ambiente para cuidar da vida, tanto da natureza, como das vidas humanas.

Várias organizações e o poder público estão promovendo momentos durante a semana, em que as questões ambientais são postas em debates e reflexões. Não se sabe ainda quais são os assuntos de pauta. Mas bem que se pode sugerir alguns. Por exemplo, está em alguma gaveta da prefeitura ou da Câmara de vereadores um projeto de lei para criar zonas especiais de preservação ambiental no município de Santarém. Tal projeto de lei busca salvar especialmente os igarapés, hoje em fase de destruição. Quando é que o projeto se tornará lei prática? Por que a Câmara de vereadores ainda não aprovou a lei?

Um outro tema urgente para uma semana de meio ambiente, urgentíssimo a ser discutido pela sociedade tanto em Santarém, como Belterra, Aveiro, Itaituba e os povos indígenas mundurucus – a questão da intenção do governo federal determinado a executar mais um projeto megalomaníaco de destruir o ecossistema do Rio Tapajós, para criar a hidrelétrica de São Luiz do Tapajós. Este é um assunto sério e urgente para ser debatido, não só na semana do meio ambiente. Por que aceitar passivamente que o governo destrua o Rio Tapajós para construir uma imensa hidrelétrica? Já não se tem a imensa Tucuruí gerando energia abundante? O que vai acontecer de ruim para os ribeirinhos de Pimental, Mangabal e os índios Mundurucus? O que irá acontecer de impactos negativos a todas as comunidades ribeirinhas do rio Tapajós, inclusive Santarém?

Que direito tem o governo federal, sem consultar a sociedade regional, de prejudicar os povos que aqui vivem para gerar energia para empresas estrangeiras que exploram e levam nossa riquezas, deixando migalhas de um tal royalty?

Esse é um assunto que não deverá ficar de fora dos debates nas escolas, nas igrejas, nas associações de moradores, nos sindicatos e nos grupos de jovens, além das entidades que estão organizando a semana do meio ambiente.

Esse e outros assuntos merecem destaque nos debates da sociedade e não apenas durante a semana do meio ambiente, mas construindo resistência contra esse esbulho federal sobre as populações tapajônicas. Afinal, meio ambiente hoje é questão de vida ou morte. Se não para o mercado capitalista e governo submisso, mas para as populações amazônicas e do tapajós em especial.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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