26 de junho de 2008
O poeta imperial
Chamado poeta maior,
Encastela-se em roupas de veludo,
Ironiza o poeta menor
Tão contente de suas efêmeras glórias!
Posta-se como um frade
No ameno fervor de suas preces
Busca e encontra a palavra fugidia,
E se desfaz em glórias
Ao tornar insolúveis seus odores.
E nos seus eruditos sonhos
De mofadas trajetórias,
De obtusos ângulos
E de arestas muito retilíneas
Feitas com régua e compasso.
O poeta menor prefere as curvas,
O reviver de passadas agonias
Entre córregos e flores ribeirinhas,
Onde uma mulher nuinha toma banho.
O poeta maior.
E o que é poesia maior?
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.
busca
autores
biblioteca